Quando meu primo Rodrigo nasceu eu tinha 5 anos. Foi um nascimento muito esperado por mim. Eu queria muito ter um primo bem próximo, pois os meus outros primos por parte de pai moravam em São Paulo e eu em Guarulhos então o contato era mais raro.
Era o primeiro filho da minha tia Maisa e meu tio Rafael.
Na minha família, as crianças mais próximas era a minha irmã, com um ano e meu tio Marcel, com 14.
E quando o Rodrigo nasceu eu não podia visitá-lo no hospital. Mas o papo era sempre o mesmo. Que o bebê era enorme!
Lembro bem dessa palavra ser usada: enorme. Isso causou uma falsa expectativa em uma criança de 5 anos. Ele sendo enorme, eu supunha que seria uma criança já quase do tamanho do meu tio Marcel, e que em pouco tempo já estaríamos jogando bola, com ele na verdade até me ensinando muitas coisas.
Não foi bem assim. No primeiro dia que vi o Rodrigo, confesso que fiquei decepcionado. Era somente um bebê normal, que não sabia fazer nada. Meus planos haviam ido por água abaixo.
Mas logo me acostumei e gostei de como foi. Queria sempre que possível ver o Rodrigo. Lembro de quando eu ia na casa da minha avó e ele ficava deitado na cama. Eu ia lá brincar com ele. Só de ouvir a minha voz ele já ficava contente, e ficava arranhando a minha face.
Passamos toda uma infancia e parte da juventude juntos, até os meus 20 anos quando saí de Guarulhos e me mudei para Florianópolis. O contato passou a ser bem mais eventual, mas sempre bom.
O Rodrigo hoje sim está grande, formado na faculdade, casado e foi padrinho do meu casamento.