Já assistiram o filme Sully, estrelado por Tom Hanks? Não? Então corre que está no Netflix. Não sabe do que se trata? Não tem problema. A gente te conta aqui.
Sully retrata o caso do vôo 1589 que em 2009, ao sair do aeroporto em New York City chocou-se com um grupo de aves e perdeu os dois (únicos) motores. Sem potência para poder retornar ao aeroporto de origem ou tentar o pouso em um aeroporto alternativo, o piloto Chesley Sullenberger teve que rapidamente tomar uma decisão, e então escolhei o rio Hudson, em New York, como local de pouco. O pouso não seria fácil, mas por fim foi efetuado com segurança, dentro do possível, e em meio a uma grande cidade como New York, os passageiros foram rapidamente resgatados por balsas de transporte público.
O filme retrata não somente o pouso em si, mas a repercurssão imediatada que teve na mídia e nas investigações internas da companhia aérea e seguradora. Por lado, o povo o retratava como herói. Por outro, a companhia achava injustificável o pouso no rio por acreditar que teria sido possível voltar ao La Guardia. Tom Hanks retrata esses momentos de tensão e ansiedade vividos pelo piloto, enfrentando não somente a pressão de perder seu emprego sem qualquer indenização, como uma crise financeira em casa em função da crise mundial que ganhava força naquela época, quando houve o estouro da bolha imobiliária americana.
A classificação é 10 anos. Não há cenas fortes, ou cenas de sexo. O mais forte são algumas palavras e as cenas em si. Assisti com meu filho de 8 anos e enquanto isso ia explicando para ele todo o contexto histórico e técnico. Ele se empolgava e entre algumas cenas de mais emoção ele dava uma pausa na TV para brincar com um avião de brinquedo.
Após o filme o Arthur fez um desenho. Na verdade ele levou dois dias. No primeiro dia ele fez o desenho e no segundo ele coloriu. No primeiro dia eu perguntei se ele gostaria que eu enviasse o desenho para o piloto e ele me perguntou (em inglês pois em casa praticamos OPOL, One Parent, One Language e ele cresceu com essa educação bilíngue):
– The real one? Is he still alive? (O verdadeiro? Ele ainda está vivo?)
– Yes, the real one. He is alive for sure. (Sim, o verdadeiro. Ele está vivo sim.)
– Sure, but then I will color it first. (Claro, mas então eu vou colorir primeiro)
Achei engraçado que surgiu nele no momento essa preocupação em fazer melhor. Enfim, ele fez o seu desenho e ficou bem contente com o resultado final 🙂 .
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