No ano passado, 2011, lembro-me de em um dado momento ter me deparado com uma notícia na Folha de São Paulo sobre um livro muito bizarro. Um livro onde uma mãe chinesa contava como educar os filhos conforme a cultura da China, com métodos muito rígidos e polêmicos para extrair o máximo de desempenho do filho, como deixar a criança para fora na neve quando desobedece, chamar o filho de lixo se não tira nota 10… Esse foi meu primeiro contato com o livro Grito de Guerra da Mãe-Tigre (título original: Battle Hymn of the Tiger Mother).
Fiquei chocado e confesso que até pensei mal da autora. Na hora me veio a cabeça o estereótipo que muitos de nós temos, pensando nos sino-brasileiros de hoje em dia conquistando os primeiros lugares em universidades como USP, e imaginando então que para isso cresceram com o sofrimento.
E nos EUA a coisa é ainda mais complicada. Lá uma vaga em universidades da Ivy League é disputada pelo mundo todo.
Mas, ainda bem que sou muito curioso e aberto a entender e aprender coisas novas. Nesse momento você deve estar pensando: ué, está querendo chamar seu filho de lixo? Claro que não. Mas sei que nesse mundo, a mídia mente demais, colocando a informação de forma a chamar mais atenção apenas.
Sinceramente, eu admiro a forma asiática de educar os filhos. Nisso eu me refiro a forma japonesa, chinesa e coreana. A Coréia do Sul é hoje um grande exemplo mundial de educação escolar. Eu tenho muito em mim da educação japonesa. Somente após os 20 anos fui perceber isso. Tenho também um grande amigo chinês, que recebeu uma educação excepcional e está repetindo o mesmo com seu filho.
Então, com a curiosidade de ver como uma criança chinesa é educada fora do Brasil, resolvi ler mais sobre o livro. Comecei pelos reviews de usuários do Amazon, e fiquei espantado ao ver que quem realmente havia lido o livro tinha gostado e criticava muito a forma como ele foi colocado na imprensa. De início saiu uma polêmica crítica sobre o livro no Wall Street Journal, que como muita coisa na imprensa. foi meramente replicada em outros jornais mundo afora. Se por um lado criou uma visão errada do livro, por outro a polêmica causou uma curiosidade grande que fez o livro tornar-se um best seller.
Não se tratava de um livro guia, mas sim de um livro de memórias. Então, aí muda tudo. Meu interesse só aumentou. Meu pré-conceito havia acabado.
Baixei a amostra do livro para Kindle e gostei muito. Na mesma hora comprei o livro para Kindle e continuei lendo.
Lendo o livro, já de cara fiquei espantado com o fato da autora, Amy Chua, não ser casada com um chinês, mas sim com um judeu, o que já diminui qualquer estereótipo de família chinesa que se possa imaginar. Na verdade, a própria Amy Chua é americana, filha de imigrantes chineses.
No Brasil, este livro foi lançado pela Editora Intrínseca em 2011. Neste link do Buscapé você pode conferir diversas lojas brasileiras que vendem este livro.
Para adquirir em inglês a versão impressa, o lugar mais barato é no The Book Depository, que possui frete grátis.
O próximo post sobre esse livro será o review.