Tenho visto com grande frequência no Facebook referências à infância nos anos 80. Geralmente são coisas do tipo: cresci sem iPad, andava de carrinho de rolimã e chegava em casa com o joelho ralado levando bronca. Isso sim era tempo bom.
Quem tem algo perto de 30 anos como eu, possivelmente cresceu com os pais dizendo que quando eles eram pequenos no interior não ficavam vendo TV, não tomavam Yakult e mesmo assim foram muito felizes.
É assim e sempre será. Nostalgia pode ao mesmo tempo mostrar respeito a coisas de uma época que tanto marcam a vida de um ser humano, como também pode levar ao desrespeito.
Fiquei pensando muito nisso esses dias quando vi na TV o seriado Anos Incríveis, com o Kevin Arnold dizendo que a sua geração, a dos Baby Boomers, era uma geração fadada a ser problemática por ser a primeira a crescer com TV em casa.
Vamos falar da geração dos nossos pequenos. A princípio, uma geração perdida: vida em apartamento e com muitos brinquedos eletrônicos e gadgets dos pais como o iPad. Nunca saberão o que é morar em uma casa de quintal grande, jogar futebol na rua e passar a tarde assistindo o Bozo. Déjà vu? Nos últimos 120 anos, o mundo cresceu demais e trouxe com isso mudanças culturais a cada geração. Um bom começo para ter respeito dos filhos no futuro é respeitando a forma como eles se adaptam ao ambiente que nós oferecemos.
Nos primeiros anos de vida nossos neurônios são ávidos por formar conexões neurais, as chamadas sinapses. Com isso não só aprendemos muita coisa como também formamos nossos valores e os relacionamos à forma como fomos criados. Na fase adulta o uso do conhecimento adquirido faz com que a pessoa seja muito eficiente nas decisões do dia a dia, diferentemente de uma criança que está aprendendo, mas também faz com que novas formas de executar atividades já conhecidas não sejam bem recebidas.
O fato é que o mundo muda, e isso acontece graças a receptividade de cada nova geração. Não ter vivenciado a nossa infância é o que permitirá que nossos filhos vivam de forma confortável no mundo que os espera na fase adulta.O adulto normal daqui a 30 anos vai sim ter crescido com tablets, viagens frequentes de avião e toda coisa estranha que ainda está por vir. E isso hoje é tão estranho quanto o seu avô dizer que banheiro para ele era um buraco no chão.
1 thought on “Geração iPad e o respeito entre gerações – Versão resumida”
Nosso artigo na Revista Educar: Geração iPad e o respeito entre gerações - Diário dos papais
(04/12/2012 - 6:39 pm)[…] Artigo para a revista […]
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