Era um dos últimos dias do ano de 2010, não me lembro bem qual. Entre Natal e Ano Novo.
Eu estava trabalhando, em meu escritório, e como de costume, trocando algumas palavras de vez em quando com a minha esposa no gTalk.
Em um dado momento ela me enviou um arquivo, um PDF. Na hora em que eu abri, meu amigo e companheiro de trabalho Fábio começou a falar comigo. Foi estranho. Eu tentava prestar atenção no que ele falava ao mesmo tempo em que eu tentava decifrar o que aquele exame de sangue significava. Eu não estava sabendo que ela tinha ido fazer o exame e nem da suspeita.
Foi um choque emocionante. Tentei conter a emoção e parecer normal enquanto o Fábio contava alguma coisa.
O bebê era esperado já havia uns 6 meses.
Ao final daquele dia fomos ao médico onde levamos o resultado do exame de sangue. Fomos na maternidade Ilha, em Florianópolis, que algumas pessoas chamam de Jane. Era a primeira semana do ano, e o pequeno hospital estava bem movimentado. Tinha estacionamento pago, mas um tanto desorganizado. O hospital em si é bem escondido, atrás de um edifício subindo um morro.
Gostamos do médico que nos atendeu, cujo nome não lembro mais. Aparentava ser uma pessoa bem nova, apesar de que ele nos contou que para o pré-natal ele não atendia pela Unimed, apenas consultas particulares, o que estranhei por associar a médicos mais velhos com uma carteira de pacientes bem ampla. Mas enfim, ele tinha a opção de fazer o pré-natal sempre nos plantões, mas descartamos essa opção pois não gostamos do local em si. Muita gente e muito desorganizado. Disseram que era porque aquela semana estava movimentada, e com muitos médicos de férias, mas para uma primeira e única impressão foi ruim.
A médica ginecologista da Cleu não participou desse processo pois também estava grávida, e de gêmeos, em uma gestação bem mais adiantada.
O médico deu algumas dicas. Uma coisa que perguntamos era se a Cleu poderia continuar tomando Centrum, o que ele respondeu que sim.
Entrando no carro, antes de partir liguei para a minha mãe e a Cleu ligou para os pais dela para contar. Minha mãe chorou ao telefone e deu os parabéns. Mais tarde, já fora do hospital liguei para a minha irmã. Ela estava no carro com o Ronaldo, meu cunhado, e pareceu bem estranha. Depois ela me disse que agiu daquela forma pois não estava conseguindo falar, pois iria chorar. A noite contamos para os tios da Cleu, Delsi e Walter, onde fomos jantar.
No dia seguinte, no trabalho, contei para o meu amigo Fábio e repassei toda essa história, que fiquei sabendo enquanto conversava com ele. Ele ficou muito contente, me deu os parabéns e disse que aquele seria o meu ano.
Para cada pessoa que eu contava, eu quase chorava.
Depois foi engraçado pensar o tempo em que o bebê já estava com a gente e não sabíamos:
Em Guarulhos, SP, na casa de meus pais…
De onde fomos para Taubaté, Parati (pela estrada Real, por Cunha) e todo o litoral norte de SP.