30 anos do álbum Thriller

O ano era 1983. Eu, o papai do Arthur, tinha três anos de idade.

Na época eu gostava muito de músicas internacionais, mas principalmente a música Thriller, do álbum Thriller do Michael Jackson.

Álbum Thriller

Eu me lembro das músicas que eu gostava e também me lembro que eu gostava muito mais de assistir na TV a música do que simplesmente ouvir no rádio. Não me lembro como eu tinha tanta oportunidade de assistir o Thriller, uma vez que não tinha MTV. Acho que como era um grande sucesso, passava a todo momento.

Eu gostava também muito da música Billie Jean e Beat It.

Fora isso, também gostava de Kiss, Jimmy Cliff e a Turma do Balão Mágico. Também tinha uma música que eu cantava do ursinho Blau Blau.

Pelo que me lembro e o que a minha mãe conta, eu era realmente fascinado com as músicas do Michael Jackson. O clipe da música Thriller era um misto de medo com alegria para mim. A lembrança mais remota que tenho dessa música é de ver o video passando na TV enquanto eu estava na casa dos meus avós maternos no bairro da Tranquilidade, em Guarulhos.

Videoclipe Thriller

Minha mãe também pedia para eu ficar dançando a música para as pessoas verem, o que depois de um tempo acho que já me enchia o saco. No começo do ano de 1984 nós nos mudamos. Saímos do apartamento que morávamos no CECAP, em Guarulhos para uma casa no bairro Vila Fátima, onde meus pais estão até hoje. Lembro que meus pais nunca queriam comprar para mim o disco do Micheal Jackson. Não sei se era por causa da mudança ou se temiam que eu iria riscar.

Mas um dia, já morando na casa nova estávamos passando pelo centro de Guarulhos à noite e eu vi o disco do Michael Jackson e pedi. Era chegada a hora de eu ganhar o álbum. Hoje vi que o vídeo foi lançado em dezembro de 83. No fim, fiquei muito pouco tempo sem ter o disco após o lançamento do vídeo. Mas pareceu uma eternidade.

Não foi meu primeiro álbum: antes dele eu já havia ganhado um álbum do Balão Mágico e um de historinha do Patinho Feio, com um disco amarelo.

Minha rotina era acordar, descer as escadas do sobrado e pedir para alguem botar o disco do Michael Jackson.

Uma coisa eu não gostava. A música Thriller no álbum não era igual ao clipe, que tinha conversas e outras cenas. Meu tio Marcel depois gravou uma fita K7 com essa versão, mas era dele. No fim eu tanto mexi no encarte que o que sobrou foi apenas o disco em si. Acho que eu devia andar com o encarte para cima e para baixo, até que se rasgou todo, sobrando apenas alguns pedaços das letras.

Lembro de um desenho bem esquisito onde uma moça parecia que era esticada por duas pessoas. Muitos anos depois comprei novamente o álbum, em CD, e então vendo o desenho de novo entendi que era Paul McCartney e Michael Jackson disputando uma moça. Referência à música The Girl is Mine.

Paul e Michael disputando a moça. Desenho nunca foi compreendido por mim quando pequeno e ficou na minha cabeça em uma lembrança deturpada por anos a fio.

Há uma fita K7 muito legal, com um trecho de áudio gravado no início de 84.

Nele está minha mãe e eu conversando, alguns meses antes da minha irmã nascer.

Eu começo questionando que “está mexendo” me referindo a um ponteiro (galvanômetro) que indicava a intensidade do som quando se falava ao microfone. Eram dois por que poderia colocar dois microfones. Eu questionei até por que o outro não mexia.

Na sequencia minha mãe pede para eu cantar. Eu digo que não dá para cantar pois não havia ninguem cantando. Pedi que ela colocasse “Jimmy Kifi, Régue Night”. Minha mãe fala para eu cantar sozinho. Muitos anos depois eu me impressionei com essa fita, pois eu achava que conhecia o Jimmy Cliff havia pouco tempo.

Na fita eu canto a música do Ursinho Pimpão, Meu Ursinho Blau Blau, e “ais to me” que era um misto de Thriller com Beat It.

Engraçado que eu me lembro que nunca entendia como de um começo tão diferente (Thriller), chegava ao refrão de Beat It. Realmente minha cabeça confundia, como se fossem a mesma música.

“Ais to me” era porque eu começava cantando “ais to meeee nai” (It’s close to midnight) e depois de um tempo ficava sem parar cantando “billy billy billy billy billy billy” (Beat it).

Eu só queria cantar essa música até que minha mãe cansou.

Ainda hoje gosto da música Thriller, não somente pela música em si e sua qualidade, mas pela história que tem por trás dela.

Há dois anos atrás comprei na Saraiva esse livro, de capa dura, por R$ 19, onde fiquei sabendo muita coisa interessante.

The Making of Thriller

http://www.bookdepository.com/Michael-Jackson-Making-Thriller-Douglas-Kirkland/9781933231983

 

O video quando foi feito bateu o recorde de gastos. Nunca antes nenhuma produção desse tipo havia gasto tanto dinheiro ($ 500.000).

O álbum havia sido lançado em 82 e no meio de 83 suas vendas começaram a cair, saindo da lidenrança das vendas. Então veio a ideia do clipe. Michael estava obcecado com a ideia e disse que faria mesmo que os 500 mil dólares tivessem que sair do seu bolso, o que acabou não sendo necessário.

O vídeo foi um divisor de águas. Foi um projeto arriscado pois videoclipes não eram coisas populares. A MTV tinha apenas dois anos nos EUA. E no fim, Thriller ajudou também demais a popularizar a MTV.

É o álbum mais vendido de todos os tempos, com vendas estimadas em 70 milhões de cópias, e hoje completa 30 anos. Parabéns Michael!

 

Post Author: mario